Cochabamba – Bolívia

16 de junho de 2012 § 4 Comentários

Agora voltamos de vez…com muitas histórias mais da estrada pra contar!
Comecemos com o relato – por cidade – do mochilão pela América do Sul, realizado de 02 a 22 de janeiro de 2012.

02 e 03 de janeiro de 2012 – Cochabamba (Bolívia)

Eram 20h30 quando finalmente desembarcamos em Cochabamba, no meio da pista, e de cara vimos inúmeras pessoas observando nosso desembarque do alto de uma sacada nos fundos do aeroporto. Esperamos as malas, notei que o puxador de um zíper da minha mochila quebrou (pois é, já =/) e em seguida nos reunimos do lado de fora para decidir nosso rumo, já que não haviamos feito reservas em nenhum hostel! rs (falha nossa!)

Mais de 30 min de enrolação distribuídas entre uns que corriam atrás de caixas eletrônicos ou qualquer coisa/estabelecimento/pessoa que trocasse real ou dólar, os desesperados para falar com a família (tipo eu) e alguns que só pensavam em relaxar sentados em qualquer canto, para finalmente e então nos dividirmos em 4 taxis e partimos rumo ao “lugar onde existem vários hostels”. Não sei ao certo onde foi que erramos na pronúncio porque só isso explica termos chego em um lugar onde, na verdade só haviam 3 hotéis próximos, resultado: 100 bolivianos a diária do Hotel Vitoria (quando em hostels pagaríamos 30,40 etc…).

E se alguém sequer imaginou que nossa noite terminaria por aí muito se enganou. Aos poucos todos se instalavam no hotel, tomavam banho e saiam a espera dos demais no lado de fora. Todos a postos, rumo então a caça ao bar. Difícil explicar o quanto impossível parecia essa missão…era 22h mais ou menos, segunda-feira, na terceira ou quarta maior cidade da Bolívia (o que não significa em hipótese alguma agito rs). Depois de alguns quarteirões encontramos um bar/lanchonete aberto…vendia cerveja e era o que importava! Claro que se a cerveja estivesse gelada, as batatas fritas mais fritas e menos salgadas seria beeem melhor rs! Acabamos com as cervejas do local (não esperavam encontrar 15 brasileiros sedentos assim do nada, afinal) e partimos para uns tais champagnes, muito doce e quente…um nojo rs! Mas o cara foi bacana e até colocou um som p/gente com grande repertório brasileiro incluso.


Eu sinceramente já estava alegre o suficiente pra voltar feliz para o hotel, além disso aquela imagem deserta e mal iluminada da cidade me atestavam que nada mais havia por ali. Porém, era apenas o primeiro dia e ninguém ali voltaria deixando alguém para trás…firmes e fortes então mantivemos nossa caminhada em busca de uma balada…e acreditem, uns 10 quarteirões depois encontramos de fato, em uma grande avenida da cidade. Entramos (ou invadimos) primeiro um onde haviam 4 – aparentemente desanimadas – pessoas dançando. Imagina o impacto que 15 loucos brasileiros fizeram naquele local?! rsrs
Enfim encontramos nosso canto, ‘Orange Ice’ ! Agitamos pouco na entrada, apenas o suficiente pra chamar atenção de todo bar (que devia ter umas 20 pessoas – bem mais animadas que no primeiro). Logo veio o dj nos “homenagear” com a poesia nacional dos nossos funks e tantas outras pérolas musicais brasileiras das quais fizemos a questão de parecer amar e dançar até o chão rs! Havia uma exigência de que comprássemos 8 jarras de chopp pra entrar e mal imaginavam que além dessas compraríamos ainda muitas outras, e mais tantas doses de tequila que foi bem mais lucrativo que partissemos logo para uma garrafa inteira! O resultado? Seres de norte a sul do Brasil, cada qual com suas manias, sua timidez ou extroversão, todos igualmente enlouquecidoooos! Histórias de uma noite que são motivo de assunto e risadas até hoje, mas que infelizmente não podem ser contatas assim, tãooo publicamente! rs

Ufa, chegamos ao segundo dia!
Gostoso café da manhã cheio de histórias da noite anterior que nos faziam gargalhar. Em seguida re-arrumar as mochilas (apenas a primeira vez), encontro na praça em frente ao hotel e saída de táxi rumo à rodoviária – dois dos nossos amigos já haviam se organizado e ido mais cedo à rodoviária comprar as passagens de todos para o destino do próximo dia, Sucre. Deixamos nossas mochilas no guarda-volumes da rodoviária por 6 bs e  fomos em busca de uma agência de turismo (na rodoviária mesmo) para fazer um city tour.
Marcamos a saída do city tour para as 14h e saimos em busca do mercado municipal de Cochabamba.

Naquela região não há nada que chame mais atenção além das típicas figuras e figurinos bolivianos que a sujeira e mal cheiro, a forma descuidada como são expostos os produtos em lojas e barracas (destaque para os alimentos de forma geral).
Depois de caminhar alguns quarteirões encontramos um labirinto de lojas de metal sob chão de terra onde são vendidos os mais variados produtos (desde alimentos a roupas e eletrônicos) a preço de banana. A hora livre que tínhamos se apertou e logo fomos almoçar e correr pra rodoviária a fim de iniciar o city tour. Não haviam muitas opções “limpas” de alimentação por ali, mas encontramos dois restaurantes (um em frente ao outro), um a la carte e outro a la fast food nos quais nos dividimos. Fui na segunda opção e, seguindo conselho de um simpático garoto brasileiro que conhecemos na fila e muito conhecia da cidade, escolhi um negócio lá que não lembro agora o nome, mas com certeza não era – ou não deveria ser – para apenas uma pessoa rs! Vieram muito arroz e batata frita, salada e 4 pedaços de frango…tudo pelo equivalente a 9 reais! Depois dali eu jamais me esqueceria o significado de “pollo con papas fritas” rs!

Nos perdemos do grupo no retorno à rodoviária mas enfim, em cima da hora, partimos ao tour. O simpático e atencioso guia Miguel se apresentou e aí que notamos, só o nosso grupo estava no ônibus…se soubéssemos antes talvez não teríamos corrido tanto!
Primeira parada, o “Mirador de Cochabamba” de onde se pode observar toda a cidade, o Cristo de la Concordia e alguns picos nevados.

Em seguida visita ao monumento a independência da Bolívia, com forte participação feminina: Ubicada en la Colina de San Sebastián.

Logo fomos ao famoso Cristo de la Corcordia que embora tendo sido construído mais recentemente dizem ser maior que nosso belo Cristo Redentor – já visitei muito nossa cidade maravilhosa, mas por incrível que pareça ainda não visitei nosso Cristo então ainda não posso confirmar…de qualquer forma, como boa brasileira, duvido 😉 rs

De lá visitamos o belo Convento (ainda ativo) de Santa Tereza, com uma história tão linda e impressionante quanto sua arquitetura.
(Antes ainda passamos no hostel de dois amigos do Piauí que ainda não havíamos encontrado, avisando que compramos nossa passagem para Sucre, o nome da empresa e que sairíamos as 19h).

Tour chegando ao fim, ainda demos um rápido passeio pela bela área nobre de Cochabamba e paramos para provar as tradicionais empanadas de charque e sorvete de canela, incrivelmente deliciosoooosss!

De volta a rodoviária – e não poderia aqui deixar de ressaltar a responsável autorização para descermos no meio da avenida movimentadíssima da cidade – corremos para pegar nossas malas e enfim embarcar.
Quando achamos que as novidades parariam por aí somos surpreendidos por Ryan e Laécia (os amigos piauienses) na janela dos fundos do nosso ônibus quando íamos guardar as bagagens. Eles receberam nosso recado e conseguiram embarcar no mesmo ônibus =) Foi uma alegria imensa encontrá-los e fazer crescer para 17 nosso grupo.


A viagem foi marcada por muita bagunça e música (desde a caixinha de som do Ryan até nossos batuques nos braços dos assentos e quaisquer objetos que pudessem se tornar instrumento). Primeira parada e o primeiro contato com o chá de coca e os banheiros sem vaso sanitário (sim, os mesmos são substituídos por buracos e apoios um pouco mais altos no formato dos pés…qualquer desequilíbrio pode literalmente dar merda!).

Ok, agora posso finalmente anunciar que acabaram as aventuras e descobertas do primeiro dia de mochilão e tivemos uma noite tranquila, certo?! Errado!
Por volta das 2h meus amigos, depois da fase em que já cantávamos pra espantar o medo que estávamos sentindo dos penhascos e estradas absurdamente perigosos pelos quais passávamos, o ônibus simplesmente quebrou! Sim sim, no meio do nada estávamos nós, de madrugada, sem sinal telefônico nem comida, no frio e no deserto…apenas muitas pedras, algumas árvores e um céu lotado de estrelas. Como tudo acabou e como saímos dali? Pois é, essa é uma história p/próximo capítulo dessa aventura que estava apenas começando…


RESUMO DE GASTOS:

Hotel Vitoria – 100 bs
taxi (2 vezes) – 15 bs
almoço + lanche – 38 bs
city tour – 20 u$
ônibus p/Sucre – 60 bs
telefonemas – 9 bs
compras + balada – 142 bs
extras –  8,5 bs

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