Uyuni – Bolívia

24 de janeiro de 2013 § Deixe um comentário

6 de janeiro de 2012 – Uyuni

Chegamos a Uyuni as 1h30 da madrugada e ainda chovia um pouco. Não parecia haver uma rodoviária, o ônibus apenas nos deixou em uma esquina e partiram.
Tudo estava fechado e as ruas muito escuras. Alguns do grupo saíram em busca de vagas para hospedar todos aquela noite, e assim nos dividimos entre um hostel e um hotel que ficavam a uns 100 m de distância um do outro mais ou menos.

Uyuni

Hostel em Uyuni

Hostel em Uyuni

Logo pela manhã saímos em busca de alguma agência de turismo com disponibilidade do passeio para 17 pessoas nos desertos. Outras tarefas importantíssimas foram: trocar dinheiro (e cuidado com isso, notas minimamente amassadas e/ou rasgadas não são trocadas nos câmbios bolivianos nem aceitas em alguns comércios, uma bobagem que a princípio nos irrita muito e pode também complicar o pagamento do que for necessário), ligar para casa e avisar que não daria notícia nos próximos dias por estar em locais sem sinal de telefone, e claro, tomar um belo café da manhã. Uyuni é uma cidade muito pequena e muito simples mas foi lá que tomei um dos melhores e mais completos ‘desayunos’ de toda viagem (compensando o almoço do dia anterior rs).

Uyuni

Uyuni
Foi difícil encontrar vaga e preço acessível mas enfim encontramos e por volta das 11h estávamos já todos ansiosíssimos em frente a agência a espera dos nossos 3 jeeps para partir pra aventura. Fechamos esse passeio partindo de Uyuni mas também existem grupos que saem de Potosí, La Paz e outras cidades da Bolívia, bem como de San Pedro de Atacama, no Chile (que no caso seria o destino final do nosso tour). Decidimos ir até Uyuni por saber que lá encontraríamos o melhor preço.

Agência de turismo onde contratamos o passeio pelos desertos.

Agência de turismo onde contratamos o passeio pelos desertos.

A espera dos jeeps e guias.

A espera dos jeeps e guias.

Uyuni

Nossos jeeps prontos para partir!

Nossos jeeps prontos para partir!

Tudo bem que eles atrasaram umas duas horas até sair mas nem mesmo nós esperávamos que cada segundo de espera valeriam tanto a pena. No próximo post vocês verão algumas das mais belas paisagens que eu já vi na vida: nosso passeio de 3 dias pelo famoso salar, desertos, lagunas e montanhas da Bolívia.

Eu e meus 5 companheiros de jeep + o guia.

Eu e meus 5 companheiros de jeep + o guia.

Uyuni

RESUMO DE GASTOS:

hostel – 60 bs
café da manhã – 20 bs
passeio pelo Salar  (950 bs + 150 bs Laguna Colorada) – 1100 bs
transferência p/Chile – 50 bs

Potosí – Bolívia

19 de janeiro de 2013 § 2 Comentários

05 de janeiro de 2012 – Potosí

Vista da janela do Restaurante El Mirador.

Vista da janela do Restaurante El Mirador.

Íamos rumo a Potosí e jamais imaginaríamos que numa viagem de táxi poderíamos ainda nos surpreender com os (maus) hábitos bolivianos. Antes mesmo de sairmos de Sucre o taxista parou (aparentemente sem motivo) deixando os demais carros dos nossos amigos seguirem. Mas antes que começássemos a ‘viajar’ nas possibilidades ele saiu, buscou uma garrafinha de água e começou a mexer no motor do carro.
Colocar água no carburador depois que buscou seus passageiros é mesmo uma atitude que transmite muita segurança aos mesmos. Ah, e quem dera que tivesse sido só isso! Alguns minutos depois surge uma latinha não sei de onde, o taxista abre e começa a beber… ”Não, ele não pode estar bebendo cerveja!”(eu sussurro já rindo incrédula para o meu amigo ao lado). Continuamos a viagem quietos ouvindo o mesmo CD de músicas típicas já pela terceira vez! rs
Uma hora depois, eu distraidamente filmando a estrada, o taxista pára novamente e sai sem falar nada. “Abandonados no meio do nada?” (pensamos). Não, o cara foi fazer xixi depois de ter esvaziado toda a latinha de cerveja! Sim, enquanto ele saiu verifiquei o conteúdo da latinha que ele deixou no carro e constatei que estávamos há 2 horas viajando com um taxista embriago. Segue abaixo a foto do flagrante que eu tive que fazer! rs

Taxista parando na estrada para fazer xixi depois de ter bebido uma latinha de cerveja na viagem.

Taxista parando na estrada para fazer xixi depois de ter bebido uma latinha de cerveja na viagem.

Enfim chegamos a uma das cidades mais altas do mundo, com 4090 metros de altitude. Por conta disso havia grande preocupação de parte da galera com o mal da altitude (“soroche“) que pode gerar dor de cabeça, enjôo e tonturas. Felizmente passamos todos bem por essa etapa.
Apenas passamos o dia em Potosí. De cara a cidade me pareceu muito pobre, e de fato é, apenas nas regiões mais centrais notamos construções melhores.

Chegando em Potosi

Ao chegar na rodoviária a maioria da galera já estava lá comprando as passagens para o fim da tarde para Uyuni, e só de falar disso me lembro da voz aguda e estridente das anunciantes de cada mini agência de turismo no mesmo corredor gritando “Uyuni, Uyuni, siete y mediaaaa!!” rs. Lotamos uma fileira inteira de um ônibus só com nossa turma, deixamos nossas bagagens dentro da salinha da agência e partimos a conhecer a cidade.

Rodoviária

A pé chegamos a um mercado popular (bem diferente dos nossos), com diversos itens (alguns muito estranhos) vendidos em várias barraquinhas. Lá eu comprei as famosas folhas de coca para mascar (por 5 bs o pacote), úteis para respiração por conta da altitude

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Mercado de Potosi

Pacote de folhas de coca nas mãos.

Pacote de folhas de coca nas mãos.

Em frente ao mercado pegamos um tipo de “lotação” para o centro, que, com cerca de 12 brasileiros dentro já parecia ônibus de excursão em poucos minutos rs.

Chegamos numa praça central e lá, enquanto fotografávamos, acabamos conhecendo outro grupo de brasileiros que acabou acompanhando parte do grupo que visitaria as minas de Potosí e indicando um restaurante aos que não iriam (como eu).

Brasileiros na Praça Central

Potosi

Potosi

Adoraria ter feito o passeio as minas, mas sabia que meu orçamento estava mais curto e já havíamos também escutado que por conta da grande procura os preços para o passeio aos desertos da Bolívia (que faríamos no dia seguinte) haviam subido.
De qualquer forma pedi a um queridíssimo amigo pernambucano que me acompanhou nesse mochilão (e fez o passeio as minas) descrever um pouco de tudo que viu pra vocês.

“Fechamos um passeio com uma empresa local. Uma pena que nem todos toparam em participar. Fomos levados por um ônibus até uma casa, para vestirmos uma típica roupa de minerador e demais equipamentos. 
Não demorou muito para chegarmos lá, de início o que víamos era algo típico a qualquer outra mina, muitos equipamentos referentes ao trabalho extrativista estavam dispostos em algumas áreas ao redor da entrada da mina, afinal, a mesma está em atividade até hoje.

Mina de Potosi

Ligamos as lanternas presas em nosso capacete, e entramos terreno adentro, muita lama pelo chão, o que dificultava um pouco a movimentação, mas nada que não pudesse ser vencido facilmente. A esta altura a respiração ficava um pouco pesada, estávamos em uma das cidades mais altas do mundo, dentro uma mina, não poderíamos esperar algo diferente disso, entrementes, nada que também não pudesse ser vencido facilmente. Algumas paradas para descansar (paradas bem breves mesmo, se não você corre até o risco de ficar para trás) resolvem o problema. Estávamos com alguns “gifts” para os trabalhadores da mina, esse costume dos turistas em entregar pequenos presentes é uma maneira de demonstrar respeito por aqueles trabalhadores, então se puder leve. Eles ficarão assaz gratos. O trabalho na mina é bastante perigoso, o que acarreta várias mortes ao ano, bem como muitos mineiros adoecem por causa da poeira e resquícios que aspiram diariamente. Realmente é um labor muito difícil. Todo o meu respeito a estes homens que arriscam suas vidas pela sobrevivência.

Mina de Potosi

Mina de Potosi

Mina de Potosi

Em decorrência destes acidentes e das dificuldades inerentes ao trabalho, os mesmos tem um padroeiro, se não me engano, chamado de “Tio”. É uma deidade parecida fisicamente com o deus cernunos, tendo até sua compleição um certa analogia com o diabo. Repito, aparência física. O relevante é que no meio de tanta dificuldade, existe algo no quê aqueles homens sofridos se apegam avidamente. Tem também o dono da mina.

"Tio", padroeiro dos mineradores.

“Tio”, padroeiro dos mineradores.

Quando saímos da Mina, fomos surpreendidos por uma chuva boa. Finalizo, explanando que foi um passeio muito importante para mim, e creio que para os meus amigos também, pois trata de dois assuntos muito relevantes, História local e Estória Humana, ingredientes para mim indispensáveis a qualquer mochilão ou viagem. Quando quebramos o orgulho, vemos as coisas como realmente são.” (Ralf Souza)

Saindo das Minas.

Saindo das Minas.

Enquanto isso eu e mais 6 amigos andávamos pela cidade em busca do tal restaurante recomendado para comer e poucas quadras dali encontramos, El Mirador. Após subir os quatro ou cinco andares entendemos o nome do lugar: o restaurante que já ficava no último andar do prédio era todo cercado por grandes janelas que permitem visualizar toda cidade de Potosí, lindo e aconchegante!

Restaurante El Mirador

Vista da janela do Restaurante El Mirador.

Vista da janela do Restaurante El Mirador.

Indicaria também esse restaurante se não fosse a espera de mais de uma hora pelo prato e o fato de ter sido a pior refeição que comi (ou tentei comer) em toda viagem. Pedi um simples macarrão com molho e frango que, como podem ver na imagem abaixo tem ótima apresentação – estaria tudo bem se comecemos apenas com os olhos rs. A massa estava fria, o molho sem nenhum tempero e o frango além de frio e sem tempero, cru por dentro. Os pratos pedidos pelos meus amigos também vieram com “defeitos” do tipo. Definitivamente como restaurante o El Mirador é um ótimo mirante turístico!

Restaurante El Mirador.

Restaurante El Mirador.

Na saída pegamos a primeira chuva da viagem, mas providencialmente passou um vendedor de capas de chuva e adquirimos por 30 bs apenas a melhor capa de chuva que já comprei. É como se fosse um poncho de tecido-plástico gigante com touca que cobre até os joelhos e, usado com a mochila cargueira, também a protege inteira.
Precisávamos voltar rápido para a rodoviária pois se aproximava o horário de partida do ônibus para Uyuni mas ainda conseguimos pagar de sabichões e tomar uma lotação que, claro, nos levou pra um terminal rodoviário diferente do que queríamos. Resultado: 7 brasileiros espremidos em um taxi (eu e mais duas amigas no bagageiro) para a rodoviária correta. Mas enfim, chegamos a tempo de encontrar toda turma e partir para Uyuni.

Onibus de Potosi para Uyuni

RESUMO DE GASTOS:

passagem para Uyuni – 35 bs
ônibus (2 vezes) – 3 bs
taxi – 4 bs
almoço – 23 bs
pcte de folha de coca – 5 bs
capa de chuva – 30 bs
ligação – 17 bs
banheiro – 1 bs
2 bananas – 1 bs
saco para cobrir a mochila – 7 bs

Onde estou?

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