O cinema Salvador!

19 de dezembro de 2011 § 2 Comentários

No segundo semestre de 2010 resolvi, pela primeira vez, inscrever alguns curtas-metragens que havia feito durante a faculdade em festivais. Em agosto de 2010 tive o prazer de ter dois deles (“Linhas” e “Roosevelt’s”) selecionados para a Mostra PUC-Rio de Curtas. Nos meses seguintes continuei inscrevendo-os, mas por mais otimista que fosse não imaginava que, no dia em que voltei do festival ‘Paraty em Foco’ entraria na internet e veria ali, quase como uma miragem, o nome desses mesmos curtas selecionados para o Festival Universitário de Cinema da Bahia, o que não significava apenas o reconhecimento do meu trabalho e imenso orgulho por serem dois, mas também minha ida a Salvador com todas as despesas pagas pela produção do festival a fim de participar de todo festival e ainda de 3 workshops com profissionais de cinema.

O primeiro semestre de 2010 não havia sido nada fácil para mim (pessoal e profissionalmente falando), mas voltar de uma semana dos sonhos em Paraty e no mesmo dia saber que em menos de um mês depois estaria realizando também o sonho de conhecer Salvador (e viajar pela primeria vez de avião) foi realmente uma recompensa incrível e o indício de que a partir dali muita coisa iria mudar…

Parti em 13 de outubro de 2010. Pouco sabia sobre quem iria encontrar, onde iria ficar ou o que iria acontecer. Me despedi nervosíssima do meu pai no aeroporto e lá fui eu a enfrentar meu maior medo e maior vontade (voar), e sozinha. Sentei na poltrona do corredor ao lado de duas mulheres super simpáticas com que fiz amizade, troquei telefone e quase reencontrei na cidade. Descrever a sensação de voar pela primeira vez? Liberdade, medo (ah, claro que dá rs) e sonho…como melhor definir a visão por cima das nuvens?

Cheguei em Salvador e fui recebida – eu e Armando, outro diretor selecionado que estava no mesmo vôo que eu mas só conheci no fim – pela querida produtora Joana. No caminho ela nos explicou mais ou menos sobre tudo que aconteceria nos próximos dias e ali já começava a cair a ficha de quão incrível era tudo aquilo. Sorte?

Ficamos hospedados em nada menos que Hotel Sol Victoria Marina. Um hotel no Corredor da Vitória com fundo para o mar e vista para a Baía de Todos os Santos, piscina e um teleférico que descia até um pier com restaurante e tobogãs, no mar. Devo ainda acrescentar que meu quarto tinha até banheira e que o café da manhã era um sonho e o pão delícia inesquecível ou já descrevi o suficiente? rs. Parece brincadeira, mas de fato chamar de agradável aquela estadia seria até pouco.

Os almoços e jantares aconteciam no restaurante do Instituto Goethe  e recomendo muito, são sempre comidas caseiras típicas da cidade, sem contar com o ambiente aberto com mesas ao ar livre, muito gostoso.

Na abertura do festival foi um prazer imenso assistir de perto meu trabalho na telona, e mais, assistir aos demais trabalhos e saber que o meu havia sido selecionado para competir com tantos filmes de alto nível, muito bem produzidos em todos os sentidos.

“Roosevelt’s” foi meu curta selecionado entre os finalistas da Mostra Competitiva do festival, e o responsável por me levar à Bahia e por todas as experiências que tive por lá:

Durante a semana visitamos a Unijorge, onde fizemos 3 dias de workshop de vídeo para celular, com Nacho Durán. Houve também uma gostosa tarde com bate-papo sobre Cinema de Baixo Orçamento com Ricardo Alves Jr. e nossa penúltima manhã com workshop sobre suportes de captação e novas formas de exibição com Priscila Brasil, realizado no desagradável pier do hotel rs.

Das atividades culturais e noturnas realizadas durante a semana destaco:

  • Groove Bar (uma das poucas coisas que esperava curtir na Bahia e amei…rock!);
  • passeio a praia da Barra;
  • visitas e shows no Pelourinho (multicolorido, multicultural);
  • os bares do Rio Vermelho (a “Lapa” baiana, animadíssima e de frente para o mar);
  • o Baile Esquema Novo (festa tradicional com discotecagem de música brasileira…bacanérrimo. Nesse dia viramos a noite e voltamos para hotel na hora do café da manhã rs)
  • visita ao Elevador Lacerda e Mercado Modelo;
  • e o incrível ensaio do Olodum (ao qual me meti a ir sozinha e acabou me apresentando uma nova amiga de Brasília, com que tenho contato até hoje).

Novos lugares, novos sabores, novas ideias e novos amigos, o saldo não poderia ter sido mais positivo. Se ver parte de um mundo que você sempre desejou e de repente acreditar que você pode realizar tudo aquilo que sonhar…sensação que ficou e nem dá pra explicar. Não ganhei nenhum prêmio no festival, de certa forma isso pareceria até pedir demais depois do presente que foi toda essa experiência e tamanha qualidade de todos os trabalhos ali apresentados. Eu tinha toda razão quando previ que as coisas a partir dali iriam mudar. Foi uma viagem grandiosa, um festival incrível e, não, não foi só isso.

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