3 dias no deserto da Bolívia

4 de fevereiro de 2013 § 4 Comentários

De 06 a 08 de janeiro de 2012

Preparem-se para uma overdose de imagens (que foram dificílimas de selecionar)!
Por volta de uma hora depois de ter saído da cidade de Uyuni estávamos na estrada e ao longe já dava pra visualizar a imagem de montanhas que se desdobravam no chão: era o Salar de Uyuni, o maior deserto de sal do mundo (12 mil quilômetros quadrados de extensão) que no período das chuvas forma uma fina camada de água na superfície refletindo todo céu, montanhas e objetos. Você não consegue identificar o horizonte, onde termina o chão e onde começa o céu. A paisagem mais incrível que já vi, as imagens falarão por si.

Chegando no Salar de Uyuni.

Chegando no Salar de Uyuni.

Salar de Uyuni

Antes de entrar definitivamente no salar demos uma rápida parada em uma vila próxima onde existem pequenas lojinhas de artesanato (alguns feitos a partir do sal extraído de lá mesmo).

Vila próxima do Salar de Uyuni.

Vila próxima do Salar de Uyuni.

Salar de Uyuni

Salar de Uyuni

Nossa galera e nossos jeeps.

Nossa galera e nossos jeeps.

Salar de Uyuni

Salar de Uyuni

Chegamos ao Hotel de Sal mas antes de visita-lo curtimos um espaço logo ao lado do hotel onde existem bandeiras de diversos países do mundo. Pouco depois almoçamos por ali mesmo, ao ar livre, e se quer saber, foi a melhor refeição (embora fria) que havia provado até esse momento na Bolívia.
Nossas refeições eram preparadas pelo nosso guia que também nos contava um pouco da história de cada lugar que visitávamos, colocava e tirava nossas cargueiras do topo do jeep, e nos conduzia as hospedagens.

Salar de Uyuni

Hotel de Sal

Hotel de Sal

Hotel de Sal

Hotel de Sal

Hotel de Sal

Hotel de Sal

Hotel de Sal

Hotel de Sal

Salar de Uyuni

Almoço no Salar.

Almoço no Salar.

Salar de Uyuni

Difícil foi querer sair do Salar, mas era inevitável. Próxima parada: Cemitério de Trens.

Cemitério de Trens

Cemitério de Trens

Esse foi nosso primeiro dia e agora seguíamos rumo a primeira hospedagem, mas claro que antes que chegássemos lá um imprevisto tinha que acontecer. Furou o pneu do nosso jeep. Porém, já familiarizados com esse tipo de surpresa e ainda em êxtase pela experiência que estávamos vivendo, fomos curtir e fotografar um pouco mais o deserto enquanto nosso guia consertava o carro.

Pneu furado.

Pneu furado.

Deserto

Pneu do jeep consertado, agora sim, rumo a hospedagem!

Pôr do sol

Pegamos muita chuva no caminho para a hospedagem e só chegamos lá bem tarde. O lugar era bem simples mas ajeitado, o chão de cimento com um pouco de areia bem fina por cima, mas lembro que o banheiro limpo e com cheirinho de desinfetante até emocionou visto o que havíamos encontrado nos banheiros públicos das outras cidades. Nos dividimos em dois quartos com três camas pequenas com colchões d’água e uma mesinha. Não vimos mais ninguém da nossa turma mas tínhamos a esperança de os encontrar no dia seguinte durante os passeios, então jantamos e dormimos enfim.
Na manhã seguinte, bem cedo, eu e os dois amigos que dividiram quarto comigo acordamos para ver o sol nascer no deserto.

Nascer do sol

Tomamos café da manhã e então seguimos para o próximo destino: Valle de Las Rocas (de um visual incrível), onde reencontramos todo resto da turma.

Valle de Las Rocas

Valle de Las Rocas

Valle de Las Rocas

Valle de Las Rocas

Deserto

Em seguida visitamos as Lagunas Honda e Hedionda. Passamos também pelo Deserto de Siloli, onde se encontram enormes formações rochosas esculpidas pelo vento onde poderíamos subir para visualizar todo deserto. Dentre estas pedras, destaca-se o conhecido “Arbol de Piedra” assim chamado devido seu formato parecer uma árvore.

Deserto

Laguna Hedionda

Laguna Hedionda

Laguna Hedionda

Laguna Hedionda

Laguna Hedionda

Laguna HediondaLaguna Hedionda

Laguna Honda

Laguna Honda

Deserto de Sioli

Deserto de Sioli

Arbol de Piedra

Arbol de Piedra

No caminho passamos por uma área novamente alta e vimos que nevava um pouco, foi lindo. De lá já víamos também a Cordilheira dos Andes.
Chegamos então a Laguna Colorada. E é bem próxima a sua entrada que existe um posto de validação do ingresso para visitação da Laguna (150 bs), pois a mesma faz parte de um parque federal.
Com tonalidade rosada, que pode se alterar de acordo com o clima e os ventos, o visual da laguna é incrível visto ao longe sobre as rochas e a quantidade de flamingos nela impressiona e encanta.

Posto de entrada da Laguna Colorada.

Posto de entrada da Laguna Colorada.

Laguna Colorada

Laguna Colorada

Laguna ColoradaLaguna Colorada

A poucos metros da Laguna Colorada ficava nossa próxima hospedagem. Grandes blocos de cimento formavam a maioria das camas, outras poucas eram comuns, feitas de metal, mas em todas as camas e quartos era unânime a umidade.
Nos hospedamos a tarde e ainda estava bastante claro, encontramos (acreditem se quiser) uma casinha próxima que vendia bebidas (sim, no deserto!), que mesmo exposta em estantes estavam geladas de tanto frio que fazia naquela região.
Eu mais alguns amigos passamos aquele fim de tarde bebendo cerveja e conversando ao ar livre, sempre em busca de uma fresta de sol porque ventava muito também.
As 19h a maioria dos hóspedes faziam fila de espera pra recarregar câmeras e celulares – anteriormente fomos informados que lá só existe energia elétrica das 19h as 21h pois a mesma é fornecida por gerador.

Hospedagem
Hospedagem

Hospedagem
Tivemos um belo jantar (com direito a vinho inclusive) e logo depois fomos dormir com toda energia do local já desligada. Lembro que foi uma noite muito difícil de se passar porque fez muito frio, o colchão estava úmido e os cobertores cheiravam mofo. Me enchi de roupas, entrei no saco de dormir que levei e deitei sobre a cama. Ainda assim no meio da noite passei mal do estômago e, ao sair do quarto, encontrei mais duas amigas na mesma situação, tomamos uns sais de frutas e voltamos a dormir.

As 5h da manhã já estávamos de pé, prontos para partir. O primeiro destino do dia foram os gêiseres Solar de Mañana (um conjunto de poços com líquido fervente e enomes colunas de fumaça), que só podem ser vistos bem pela manhã. Estávamos a mais de 5000 m de altura e uma amiga desmaiou por conta da altitude, porém rapidamente tomou comprimido de soroche e o guia a levou para uma área mais baixa. Em poucos minutos ela já estava melhor.

Gêiseres

Gêiseres

Gêiseres Solar de Mañana

Gêiseres Solar de Mañana

Gêiseres

Em seguida passamos alguns minutos nas deliciosas águas termais (quase 0º fora e 40º dentro).

Águas Termais

Águas Termais

Região das Águas Termais.

Região das Águas Termais.

Conhecemos também o deserto de Dali (lugar no deserto boliviano onde supostamente Salvador Dalí se inspirou para pintar o seu famoso quadro – a persistência da memória) e a Laguna Verde, onde se pode ver o Vulcão Licancabur.

Deserto de Dali

Deserto de Dali

Laguna Verde e Vulcão Licancabur

Laguna Verde e Vulcão Licancabur

Fim do roteiro, fomos então deixados no meio do nada. E por incrível que pareça nesse “nada” havia um posto de migração (que de fora mais parecia uma mercearia rs) e diversos outros estrangeiros a espera do carimbo no passaporte e transporte para o Chile, afinal era ali uma fronteira entre os dois países.
Na migração tivemos também que pagar uma taxa extra de 15 bs para liberação do visto. Não achamos aquilo muito legítimo mas era muito pouco dinheiro pra se correr o risco no meio do “nada” rs.

A espera do transfer para o Chile.

A espera do transfer para o Chile.

Migração

Migração

Esperamos algum tempo e logo estávamos nós viajando novamente, do frio dos desertos bolivianos para o calor chileno.
No próximo post, San Pedro do Atacama (Chile).

Migração

RESUMO DE GASTOS:

taxa extra de migração – 15 bs

Uyuni – Bolívia

24 de janeiro de 2013 § Deixe um comentário

6 de janeiro de 2012 – Uyuni

Chegamos a Uyuni as 1h30 da madrugada e ainda chovia um pouco. Não parecia haver uma rodoviária, o ônibus apenas nos deixou em uma esquina e partiram.
Tudo estava fechado e as ruas muito escuras. Alguns do grupo saíram em busca de vagas para hospedar todos aquela noite, e assim nos dividimos entre um hostel e um hotel que ficavam a uns 100 m de distância um do outro mais ou menos.

Uyuni

Hostel em Uyuni

Hostel em Uyuni

Logo pela manhã saímos em busca de alguma agência de turismo com disponibilidade do passeio para 17 pessoas nos desertos. Outras tarefas importantíssimas foram: trocar dinheiro (e cuidado com isso, notas minimamente amassadas e/ou rasgadas não são trocadas nos câmbios bolivianos nem aceitas em alguns comércios, uma bobagem que a princípio nos irrita muito e pode também complicar o pagamento do que for necessário), ligar para casa e avisar que não daria notícia nos próximos dias por estar em locais sem sinal de telefone, e claro, tomar um belo café da manhã. Uyuni é uma cidade muito pequena e muito simples mas foi lá que tomei um dos melhores e mais completos ‘desayunos’ de toda viagem (compensando o almoço do dia anterior rs).

Uyuni

Uyuni
Foi difícil encontrar vaga e preço acessível mas enfim encontramos e por volta das 11h estávamos já todos ansiosíssimos em frente a agência a espera dos nossos 3 jeeps para partir pra aventura. Fechamos esse passeio partindo de Uyuni mas também existem grupos que saem de Potosí, La Paz e outras cidades da Bolívia, bem como de San Pedro de Atacama, no Chile (que no caso seria o destino final do nosso tour). Decidimos ir até Uyuni por saber que lá encontraríamos o melhor preço.

Agência de turismo onde contratamos o passeio pelos desertos.

Agência de turismo onde contratamos o passeio pelos desertos.

A espera dos jeeps e guias.

A espera dos jeeps e guias.

Uyuni

Nossos jeeps prontos para partir!

Nossos jeeps prontos para partir!

Tudo bem que eles atrasaram umas duas horas até sair mas nem mesmo nós esperávamos que cada segundo de espera valeriam tanto a pena. No próximo post vocês verão algumas das mais belas paisagens que eu já vi na vida: nosso passeio de 3 dias pelo famoso salar, desertos, lagunas e montanhas da Bolívia.

Eu e meus 5 companheiros de jeep + o guia.

Eu e meus 5 companheiros de jeep + o guia.

Uyuni

RESUMO DE GASTOS:

hostel – 60 bs
café da manhã – 20 bs
passeio pelo Salar  (950 bs + 150 bs Laguna Colorada) – 1100 bs
transferência p/Chile – 50 bs

Potosí – Bolívia

19 de janeiro de 2013 § 2 Comentários

05 de janeiro de 2012 – Potosí

Vista da janela do Restaurante El Mirador.

Vista da janela do Restaurante El Mirador.

Íamos rumo a Potosí e jamais imaginaríamos que numa viagem de táxi poderíamos ainda nos surpreender com os (maus) hábitos bolivianos. Antes mesmo de sairmos de Sucre o taxista parou (aparentemente sem motivo) deixando os demais carros dos nossos amigos seguirem. Mas antes que começássemos a ‘viajar’ nas possibilidades ele saiu, buscou uma garrafinha de água e começou a mexer no motor do carro.
Colocar água no carburador depois que buscou seus passageiros é mesmo uma atitude que transmite muita segurança aos mesmos. Ah, e quem dera que tivesse sido só isso! Alguns minutos depois surge uma latinha não sei de onde, o taxista abre e começa a beber… ”Não, ele não pode estar bebendo cerveja!”(eu sussurro já rindo incrédula para o meu amigo ao lado). Continuamos a viagem quietos ouvindo o mesmo CD de músicas típicas já pela terceira vez! rs
Uma hora depois, eu distraidamente filmando a estrada, o taxista pára novamente e sai sem falar nada. “Abandonados no meio do nada?” (pensamos). Não, o cara foi fazer xixi depois de ter esvaziado toda a latinha de cerveja! Sim, enquanto ele saiu verifiquei o conteúdo da latinha que ele deixou no carro e constatei que estávamos há 2 horas viajando com um taxista embriago. Segue abaixo a foto do flagrante que eu tive que fazer! rs

Taxista parando na estrada para fazer xixi depois de ter bebido uma latinha de cerveja na viagem.

Taxista parando na estrada para fazer xixi depois de ter bebido uma latinha de cerveja na viagem.

Enfim chegamos a uma das cidades mais altas do mundo, com 4090 metros de altitude. Por conta disso havia grande preocupação de parte da galera com o mal da altitude (“soroche“) que pode gerar dor de cabeça, enjôo e tonturas. Felizmente passamos todos bem por essa etapa.
Apenas passamos o dia em Potosí. De cara a cidade me pareceu muito pobre, e de fato é, apenas nas regiões mais centrais notamos construções melhores.

Chegando em Potosi

Ao chegar na rodoviária a maioria da galera já estava lá comprando as passagens para o fim da tarde para Uyuni, e só de falar disso me lembro da voz aguda e estridente das anunciantes de cada mini agência de turismo no mesmo corredor gritando “Uyuni, Uyuni, siete y mediaaaa!!” rs. Lotamos uma fileira inteira de um ônibus só com nossa turma, deixamos nossas bagagens dentro da salinha da agência e partimos a conhecer a cidade.

Rodoviária

A pé chegamos a um mercado popular (bem diferente dos nossos), com diversos itens (alguns muito estranhos) vendidos em várias barraquinhas. Lá eu comprei as famosas folhas de coca para mascar (por 5 bs o pacote), úteis para respiração por conta da altitude

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Mercado de Potosi

Pacote de folhas de coca nas mãos.

Pacote de folhas de coca nas mãos.

Em frente ao mercado pegamos um tipo de “lotação” para o centro, que, com cerca de 12 brasileiros dentro já parecia ônibus de excursão em poucos minutos rs.

Chegamos numa praça central e lá, enquanto fotografávamos, acabamos conhecendo outro grupo de brasileiros que acabou acompanhando parte do grupo que visitaria as minas de Potosí e indicando um restaurante aos que não iriam (como eu).

Brasileiros na Praça Central

Potosi

Potosi

Adoraria ter feito o passeio as minas, mas sabia que meu orçamento estava mais curto e já havíamos também escutado que por conta da grande procura os preços para o passeio aos desertos da Bolívia (que faríamos no dia seguinte) haviam subido.
De qualquer forma pedi a um queridíssimo amigo pernambucano que me acompanhou nesse mochilão (e fez o passeio as minas) descrever um pouco de tudo que viu pra vocês.

“Fechamos um passeio com uma empresa local. Uma pena que nem todos toparam em participar. Fomos levados por um ônibus até uma casa, para vestirmos uma típica roupa de minerador e demais equipamentos. 
Não demorou muito para chegarmos lá, de início o que víamos era algo típico a qualquer outra mina, muitos equipamentos referentes ao trabalho extrativista estavam dispostos em algumas áreas ao redor da entrada da mina, afinal, a mesma está em atividade até hoje.

Mina de Potosi

Ligamos as lanternas presas em nosso capacete, e entramos terreno adentro, muita lama pelo chão, o que dificultava um pouco a movimentação, mas nada que não pudesse ser vencido facilmente. A esta altura a respiração ficava um pouco pesada, estávamos em uma das cidades mais altas do mundo, dentro uma mina, não poderíamos esperar algo diferente disso, entrementes, nada que também não pudesse ser vencido facilmente. Algumas paradas para descansar (paradas bem breves mesmo, se não você corre até o risco de ficar para trás) resolvem o problema. Estávamos com alguns “gifts” para os trabalhadores da mina, esse costume dos turistas em entregar pequenos presentes é uma maneira de demonstrar respeito por aqueles trabalhadores, então se puder leve. Eles ficarão assaz gratos. O trabalho na mina é bastante perigoso, o que acarreta várias mortes ao ano, bem como muitos mineiros adoecem por causa da poeira e resquícios que aspiram diariamente. Realmente é um labor muito difícil. Todo o meu respeito a estes homens que arriscam suas vidas pela sobrevivência.

Mina de Potosi

Mina de Potosi

Mina de Potosi

Em decorrência destes acidentes e das dificuldades inerentes ao trabalho, os mesmos tem um padroeiro, se não me engano, chamado de “Tio”. É uma deidade parecida fisicamente com o deus cernunos, tendo até sua compleição um certa analogia com o diabo. Repito, aparência física. O relevante é que no meio de tanta dificuldade, existe algo no quê aqueles homens sofridos se apegam avidamente. Tem também o dono da mina.

"Tio", padroeiro dos mineradores.

“Tio”, padroeiro dos mineradores.

Quando saímos da Mina, fomos surpreendidos por uma chuva boa. Finalizo, explanando que foi um passeio muito importante para mim, e creio que para os meus amigos também, pois trata de dois assuntos muito relevantes, História local e Estória Humana, ingredientes para mim indispensáveis a qualquer mochilão ou viagem. Quando quebramos o orgulho, vemos as coisas como realmente são.” (Ralf Souza)

Saindo das Minas.

Saindo das Minas.

Enquanto isso eu e mais 6 amigos andávamos pela cidade em busca do tal restaurante recomendado para comer e poucas quadras dali encontramos, El Mirador. Após subir os quatro ou cinco andares entendemos o nome do lugar: o restaurante que já ficava no último andar do prédio era todo cercado por grandes janelas que permitem visualizar toda cidade de Potosí, lindo e aconchegante!

Restaurante El Mirador

Vista da janela do Restaurante El Mirador.

Vista da janela do Restaurante El Mirador.

Indicaria também esse restaurante se não fosse a espera de mais de uma hora pelo prato e o fato de ter sido a pior refeição que comi (ou tentei comer) em toda viagem. Pedi um simples macarrão com molho e frango que, como podem ver na imagem abaixo tem ótima apresentação – estaria tudo bem se comecemos apenas com os olhos rs. A massa estava fria, o molho sem nenhum tempero e o frango além de frio e sem tempero, cru por dentro. Os pratos pedidos pelos meus amigos também vieram com “defeitos” do tipo. Definitivamente como restaurante o El Mirador é um ótimo mirante turístico!

Restaurante El Mirador.

Restaurante El Mirador.

Na saída pegamos a primeira chuva da viagem, mas providencialmente passou um vendedor de capas de chuva e adquirimos por 30 bs apenas a melhor capa de chuva que já comprei. É como se fosse um poncho de tecido-plástico gigante com touca que cobre até os joelhos e, usado com a mochila cargueira, também a protege inteira.
Precisávamos voltar rápido para a rodoviária pois se aproximava o horário de partida do ônibus para Uyuni mas ainda conseguimos pagar de sabichões e tomar uma lotação que, claro, nos levou pra um terminal rodoviário diferente do que queríamos. Resultado: 7 brasileiros espremidos em um taxi (eu e mais duas amigas no bagageiro) para a rodoviária correta. Mas enfim, chegamos a tempo de encontrar toda turma e partir para Uyuni.

Onibus de Potosi para Uyuni

RESUMO DE GASTOS:

passagem para Uyuni – 35 bs
ônibus (2 vezes) – 3 bs
taxi – 4 bs
almoço – 23 bs
pcte de folha de coca – 5 bs
capa de chuva – 30 bs
ligação – 17 bs
banheiro – 1 bs
2 bananas – 1 bs
saco para cobrir a mochila – 7 bs

Sucre – Bolívia

1 de setembro de 2012 § 2 Comentários

Sucre – 04 de janeiro de 2012

Mal estávamos no terceiro dia e tanto já havia acontecido…
De fato um choque para que compreendessemos que aquilo ali não era mesmo comum a nós, e que a aventura estava só começando!
Nossa viagem de Cochabamba a Sucre duraria 12 horas, mas ninguém esperava que seria toda feita em estrada de terra e pedras a beira de um penhasco de mais de 3000 metros de altitude. Ninguém imaginava que o motorista andaria correndo pela estrada, e muito menos…que as 2h da madrugada nosso ônibus quebraria no meio da montanha, que ficaríamos todos perdidos no meio do nada por horas até que todos os bolivianos fossem embarcados nos poucos e raros ônibus que passavam, inclusive uma senhora com bebê que estava sendo transportada no bagageiro (sim, no bagageiro, e aí está parte da realidade boliviana que tanto intriga e sensibiliza).
Deixamos todos os demais passageiros irem na frente (em grupos de 5 mais ou menos) e ficamos lá por último. Mas o mais incrível é que nem isso desanimou nossa turma, continuávamos conversando e contando piadas. No fim até fizemos uma fogueira improvisada pra nos aquecer de madrugada rs.

Logo vieram os próximos ônibus e tivemos também que nos separar… Fui com mais dois amigos de pé no corredor do ônibus, por 5 horas! Alguns amigos só saíram de lá quando já havia amanhecido. Foi uma viagem terrível, muito sono, desconforto, sem banheiro e com mal cheiro (provavelmente dos animais – cachorros, galinhas – que são carregados e andam livremente pelo ônibus!).

Chegando finalmente no terminal de ônibus de Sucre de manhã o motorista teve a cara de pau de nos cobrar 20 bs cada pelo “transporte”, o desânimo foi grande nesse dia e foi então que aprendi que inclusive as melhores experiências são cercadas de grandes decepções…mas sabendo lidar o que de fato importa prevalece!
Fomos os primeiros do nosso grupo a chegar e já nos dedicamos a descobrir um hostel próximo para ficar e a melhor forma de chegar até ele. Comemos algumas bobagens e aos poucos o pessoal ia chegando, um com a cara mais desanimada que o outro. Logo voltamos aos burburinhos e o fascinante bom humor da galera, antes de pegar o taxi para o hostel ainda tivemos a sorte de encontrar mais 4 garotos brasileiros – um deles que já conhecíamos há meses via redes sociais durante os preparativos da viagem – que a partir daí também fariam parte da nossa trupe.

Chegamos enfim ao Hostel Amigo, lugar com muito espaço, confortável e agradável. Antes das 13h geralmente os hostels estão lotados e alguns de nós teve que esperar na recepção. Ainda assim todos puderam tomar banho e deixar as coisas em um quarto que liberou mais cedo. Descansamos cerca de 2 horas e logo partimos para almoçar e comprar o passeio da tarde.


Depois do almoço saí para ligar para a família e dar as primeiras notícias aos amigos via Facebook, no caminho ainda comprei a cópia mais perfeita que já vi de um Ray-Ban por 30 bolivianos (menos de 10 reais).

A tarde nos reunimos na praça central da cidade e nos dividimos em 4 taxis para o Parque dos Dinossauros da cidade, onde além de inúmeras réplicas e histórias dos nossos extintos amigos tem também um intrigante paredão onde ainda podem ser vistos registros de pegadas de algumas espécies de dinossauros (será?!), bem interessante. Antes de partir ainda provei algo que nunca vi aqui no Brasil: um alfajor sorvete, sensacional né?!

Aproveitamos os mesmos taxis que já nos esperavam pra voltar e fizemos um city tour (tudo por 16 bs cada, pasmem!): fomos ao Castillo de la Glorieta e depois ao Mirador da cidade ver o pôr do sol e fazer algumas compras na feirinha.

Sucre de fato é a cidade branca…a cidade branca com carinha de Ouro Preto/MG. E muito embora tenhamos chego nela de forma tão desastrosa só tenho boas recordações, dia agradabilíssimo.

Antes de voltar ao hostel ainda fomos trocar mais dinheiro, jantar e comprar badulaques. Encontramos parte da turma que não foi ao passeio da tarde no caminho e ainda levamos 2 Absolut e 1 José Cuervo por cerca de 200 bs a fim de ‘bebemorar’ esses primeiros dias em um dos nossos quartos no hostel! \o/

E seria perfeito se não tivéssemos combinado tirar apenas 30 min para descansar antes de partir para o encontro…resultado: acordamos apenas com a luz do dia já amanhecendo (eu e os outros 5 que estavam no mesmo quarto), tomamos café e logo soubemos da farra noturna que apenas 6 ou 7 sobreviventes de um grupo de 20 pessoas fizeram rs!

Algumas horas depois lá estávamos nós novamente reunidos no terminal rodoviário de Sucre embarcando em taxis para Potosi. Pagamos 40 bs cada pelo transporte por conta da maior disponibilidade de horários e rapidez do taxi, porém por 17 bs também é possível ir de ônibus de Sucre a Potosi (por volta de 3 horas de viagem).
E quem pensa que dessa vez a viagem não seria uma aventura não perde por esperar o próximo relato desse mochilão!

RESUMO DE GASTOS:

extra de ônibus – 20 bs
taxis em Sucre (2 vezes) – 20 bs
taxi para Potosi – 40 bs
alimentação – 46 bs
Hostel Amigo – 40 bs
ligação + internet – 8 bs
parque – 20 bs
óculos – 30 bs
souvenirs – 62 bs

Cochabamba – Bolívia

16 de junho de 2012 § 4 Comentários

Agora voltamos de vez…com muitas histórias mais da estrada pra contar!
Comecemos com o relato – por cidade – do mochilão pela América do Sul, realizado de 02 a 22 de janeiro de 2012.

02 e 03 de janeiro de 2012 – Cochabamba (Bolívia)

Eram 20h30 quando finalmente desembarcamos em Cochabamba, no meio da pista, e de cara vimos inúmeras pessoas observando nosso desembarque do alto de uma sacada nos fundos do aeroporto. Esperamos as malas, notei que o puxador de um zíper da minha mochila quebrou (pois é, já =/) e em seguida nos reunimos do lado de fora para decidir nosso rumo, já que não haviamos feito reservas em nenhum hostel! rs (falha nossa!)

Mais de 30 min de enrolação distribuídas entre uns que corriam atrás de caixas eletrônicos ou qualquer coisa/estabelecimento/pessoa que trocasse real ou dólar, os desesperados para falar com a família (tipo eu) e alguns que só pensavam em relaxar sentados em qualquer canto, para finalmente e então nos dividirmos em 4 taxis e partimos rumo ao “lugar onde existem vários hostels”. Não sei ao certo onde foi que erramos na pronúncio porque só isso explica termos chego em um lugar onde, na verdade só haviam 3 hotéis próximos, resultado: 100 bolivianos a diária do Hotel Vitoria (quando em hostels pagaríamos 30,40 etc…).

E se alguém sequer imaginou que nossa noite terminaria por aí muito se enganou. Aos poucos todos se instalavam no hotel, tomavam banho e saiam a espera dos demais no lado de fora. Todos a postos, rumo então a caça ao bar. Difícil explicar o quanto impossível parecia essa missão…era 22h mais ou menos, segunda-feira, na terceira ou quarta maior cidade da Bolívia (o que não significa em hipótese alguma agito rs). Depois de alguns quarteirões encontramos um bar/lanchonete aberto…vendia cerveja e era o que importava! Claro que se a cerveja estivesse gelada, as batatas fritas mais fritas e menos salgadas seria beeem melhor rs! Acabamos com as cervejas do local (não esperavam encontrar 15 brasileiros sedentos assim do nada, afinal) e partimos para uns tais champagnes, muito doce e quente…um nojo rs! Mas o cara foi bacana e até colocou um som p/gente com grande repertório brasileiro incluso.


Eu sinceramente já estava alegre o suficiente pra voltar feliz para o hotel, além disso aquela imagem deserta e mal iluminada da cidade me atestavam que nada mais havia por ali. Porém, era apenas o primeiro dia e ninguém ali voltaria deixando alguém para trás…firmes e fortes então mantivemos nossa caminhada em busca de uma balada…e acreditem, uns 10 quarteirões depois encontramos de fato, em uma grande avenida da cidade. Entramos (ou invadimos) primeiro um onde haviam 4 – aparentemente desanimadas – pessoas dançando. Imagina o impacto que 15 loucos brasileiros fizeram naquele local?! rsrs
Enfim encontramos nosso canto, ‘Orange Ice’ ! Agitamos pouco na entrada, apenas o suficiente pra chamar atenção de todo bar (que devia ter umas 20 pessoas – bem mais animadas que no primeiro). Logo veio o dj nos “homenagear” com a poesia nacional dos nossos funks e tantas outras pérolas musicais brasileiras das quais fizemos a questão de parecer amar e dançar até o chão rs! Havia uma exigência de que comprássemos 8 jarras de chopp pra entrar e mal imaginavam que além dessas compraríamos ainda muitas outras, e mais tantas doses de tequila que foi bem mais lucrativo que partissemos logo para uma garrafa inteira! O resultado? Seres de norte a sul do Brasil, cada qual com suas manias, sua timidez ou extroversão, todos igualmente enlouquecidoooos! Histórias de uma noite que são motivo de assunto e risadas até hoje, mas que infelizmente não podem ser contatas assim, tãooo publicamente! rs

Ufa, chegamos ao segundo dia!
Gostoso café da manhã cheio de histórias da noite anterior que nos faziam gargalhar. Em seguida re-arrumar as mochilas (apenas a primeira vez), encontro na praça em frente ao hotel e saída de táxi rumo à rodoviária – dois dos nossos amigos já haviam se organizado e ido mais cedo à rodoviária comprar as passagens de todos para o destino do próximo dia, Sucre. Deixamos nossas mochilas no guarda-volumes da rodoviária por 6 bs e  fomos em busca de uma agência de turismo (na rodoviária mesmo) para fazer um city tour.
Marcamos a saída do city tour para as 14h e saimos em busca do mercado municipal de Cochabamba.

Naquela região não há nada que chame mais atenção além das típicas figuras e figurinos bolivianos que a sujeira e mal cheiro, a forma descuidada como são expostos os produtos em lojas e barracas (destaque para os alimentos de forma geral).
Depois de caminhar alguns quarteirões encontramos um labirinto de lojas de metal sob chão de terra onde são vendidos os mais variados produtos (desde alimentos a roupas e eletrônicos) a preço de banana. A hora livre que tínhamos se apertou e logo fomos almoçar e correr pra rodoviária a fim de iniciar o city tour. Não haviam muitas opções “limpas” de alimentação por ali, mas encontramos dois restaurantes (um em frente ao outro), um a la carte e outro a la fast food nos quais nos dividimos. Fui na segunda opção e, seguindo conselho de um simpático garoto brasileiro que conhecemos na fila e muito conhecia da cidade, escolhi um negócio lá que não lembro agora o nome, mas com certeza não era – ou não deveria ser – para apenas uma pessoa rs! Vieram muito arroz e batata frita, salada e 4 pedaços de frango…tudo pelo equivalente a 9 reais! Depois dali eu jamais me esqueceria o significado de “pollo con papas fritas” rs!

Nos perdemos do grupo no retorno à rodoviária mas enfim, em cima da hora, partimos ao tour. O simpático e atencioso guia Miguel se apresentou e aí que notamos, só o nosso grupo estava no ônibus…se soubéssemos antes talvez não teríamos corrido tanto!
Primeira parada, o “Mirador de Cochabamba” de onde se pode observar toda a cidade, o Cristo de la Concordia e alguns picos nevados.

Em seguida visita ao monumento a independência da Bolívia, com forte participação feminina: Ubicada en la Colina de San Sebastián.

Logo fomos ao famoso Cristo de la Corcordia que embora tendo sido construído mais recentemente dizem ser maior que nosso belo Cristo Redentor – já visitei muito nossa cidade maravilhosa, mas por incrível que pareça ainda não visitei nosso Cristo então ainda não posso confirmar…de qualquer forma, como boa brasileira, duvido 😉 rs

De lá visitamos o belo Convento (ainda ativo) de Santa Tereza, com uma história tão linda e impressionante quanto sua arquitetura.
(Antes ainda passamos no hostel de dois amigos do Piauí que ainda não havíamos encontrado, avisando que compramos nossa passagem para Sucre, o nome da empresa e que sairíamos as 19h).

Tour chegando ao fim, ainda demos um rápido passeio pela bela área nobre de Cochabamba e paramos para provar as tradicionais empanadas de charque e sorvete de canela, incrivelmente deliciosoooosss!

De volta a rodoviária – e não poderia aqui deixar de ressaltar a responsável autorização para descermos no meio da avenida movimentadíssima da cidade – corremos para pegar nossas malas e enfim embarcar.
Quando achamos que as novidades parariam por aí somos surpreendidos por Ryan e Laécia (os amigos piauienses) na janela dos fundos do nosso ônibus quando íamos guardar as bagagens. Eles receberam nosso recado e conseguiram embarcar no mesmo ônibus =) Foi uma alegria imensa encontrá-los e fazer crescer para 17 nosso grupo.


A viagem foi marcada por muita bagunça e música (desde a caixinha de som do Ryan até nossos batuques nos braços dos assentos e quaisquer objetos que pudessem se tornar instrumento). Primeira parada e o primeiro contato com o chá de coca e os banheiros sem vaso sanitário (sim, os mesmos são substituídos por buracos e apoios um pouco mais altos no formato dos pés…qualquer desequilíbrio pode literalmente dar merda!).

Ok, agora posso finalmente anunciar que acabaram as aventuras e descobertas do primeiro dia de mochilão e tivemos uma noite tranquila, certo?! Errado!
Por volta das 2h meus amigos, depois da fase em que já cantávamos pra espantar o medo que estávamos sentindo dos penhascos e estradas absurdamente perigosos pelos quais passávamos, o ônibus simplesmente quebrou! Sim sim, no meio do nada estávamos nós, de madrugada, sem sinal telefônico nem comida, no frio e no deserto…apenas muitas pedras, algumas árvores e um céu lotado de estrelas. Como tudo acabou e como saímos dali? Pois é, essa é uma história p/próximo capítulo dessa aventura que estava apenas começando…


RESUMO DE GASTOS:

Hotel Vitoria – 100 bs
taxi (2 vezes) – 15 bs
almoço + lanche – 38 bs
city tour – 20 u$
ônibus p/Sucre – 60 bs
telefonemas – 9 bs
compras + balada – 142 bs
extras –  8,5 bs

Mochilão – uma prévia

6 de março de 2012 § 7 Comentários

Em primeiro lugar peço desculpas pelo sumiço e falta de posts nos últimos meses. Viagens, muito trabalho e falta de internet tem me impedido de postar com mais frequência, mas em breve garanto que a situação se normaliza!

Bora falar um pouco então do sonho que realizei no último mês de janeiro…Minha primeira viagem internacional, meu primeiro Mochilão!

A ideia surgiu há uns dois anos atrás. Mas me refiro a ideia de se fazer um Mochilão, não dos destinos.
Soube de alguns amigos que fizeram uma viagem longa com baixo custo por Uruguai e Argentina e pretendia fazer o mesmo, acrescentando o Chile.

Fato é que logo no início de 2011 conheci um grupo bacanérrimo no carnaval do Rio e alguns deles pretendiam viajar no mesmo período (janeiro de 2012), porém para Bolívia, Peru e Chile. Como pessoa altamente influenciável que sou logo embarquei nessa, mesmo sem saber nada sobre esses países. Em maio de 2011 já estava depositando a primeira parte da minha poupança para a trip.

Comprei mapa, estudei os países, pesquisamos qual forma mais barata de entrar e sair desta rota, Cia Aérea mais em conta, fiz roteiros (o definitivo foi então finalizado por mim mais alguns 4 amigos em Agosto/2011) e ainda montei um grupo (meses antes) no Facebook que só agregou informações, companheiros e muito boas dicas para toda viagem.

E assim ficou nosso roteiro (link para o TripLine):

Claro que milhares de imprevistos aconteceram até o fim do ano. Desde as negociações de férias no trabalho a gastos inesperados e calotes por aí rs. Mas como tudo que faço nessa vida e como boa capricorniana fui persistente e há um mês da viagem estava com minhas passagens nas mãos…uma sensação de alívio por ter dado certo e medo de onde estaria me metendo. Somado a isso, minha mãe fazia lamúrias diárias sobre a distância e o perigo dessa viagem.

As providências seguintes foram tomar a vacina contra febre amarela (que pode ser tomada em qualquer Posto de Saúde) e registrá-la na Anvisa (em qualquer Aeroporto do Brasil) como Certificado Internacional de Vacinação. Retirar passaporte (que havia agendado para o dia 30 de novembro – para este basta entrar no site da Polícia Federal, agendar entrega de documentos e pagar uma taxa de pouco mais de R$ 156) e não é obrigatório, mas na minha opinião dá mais tranquilidade e ainda o gostinho de ver os carimbos de suas passagens como lembrança.

Quando achamos que os gastos acabaram lembramos também que pra onde vamos faz muito frio e alguns itens são indispensáveis nessa viagem: segunda pele, casacos corta-vento (ou anoraque), touca, luvas, cachecol, bota para trekking (não é frescura, em alguns trechos elas são indispensáveis), Clorin ou Hidrosteril (purificadores de água) além de cadeado, toalha de secagem rápida e tudo mais que julgar útil mas que não ocupe muito espaço nem tenha muito peso. Não esquecer que o que decidir levar apenas você vai carregar até o fim!

Mochilão nas costas e lá vamos nós! Antes de partir pra viagem ainda passei a semana pós Natal em Florianópolis com parte do grupo que conheci em Campos do Jordão (mas isso é uma outra história que em breve conto).

Enfim dia 02/01/2012 e nos encontramos, todos os 15 mochileiros do grupo numa mesma euforia pra esse embarque. E não posso deixar de relatar um triste episódio deste dia de partida, que acredito também servirá de alerta a tantos outros. Um dos nossos companheiros de viagem (vindo do Rio de Janeiro) trouxe como documento de identificação um RG militar e seu passaporte vencido…esses documentos não são aceitos para este tipo de embarque e ele não embarcou conosco =(

Embarcamos as 16h45 e as 17h15 estávamos decolando. A Cia Aérea escolhida (por conta do menor preço) foi a Aerosur, que é desconhecida no Brasil mas é a principal companhia aérea da Bolívia, os aviões são confortáveis além de servirem bons lanches e até vinho nos vôos mais longos rs!
Foram 2 horas e meia no primeiro vôo (com escala em Santa Cruz) e mais 40 min. de vôo até Cochabamba.

Enfim Bolívia! Meu primeiro vôo internacional e um prazer enorme em ligar para alcamar minha mãe com um animadíssimo “Hola Mama, que tal?!!”.

Nossa primeira noite na Bolívia estava longe de acabar, mas essa é uma história para o próximo post!

Respostas a algumas perguntas que todos fazem:
1. Eu gastei R$ 1900 com tudooo (+ R$900 na passagem ida e volta porque comprei em cima da hora), mas recomendo levar R$2000 ou mais e trazer mais lembrancinhas da Bolívia que é um paraíso dos preços baixos! rsrs
2. Sim, alguns sofrem com mal estar da altitude, mas eu não senti quase nada, apenas uma ardência no nariz quando ia para La Paz. Claro que sempre tomava soroche em grandes altitudes e masquei a bendita (e ruim) folha de coca rs. Varia para cada pessoa, uma amiga se sentia mal acima de 4000 m, eu fui bem até 5500 m.
3. Muito protetor solar e labial…sua boca passará todo esse período ressecadíssimaaa! E no Chile parece ainda pior!
4. Salar de Uyuni é a coisa mais linda do mundo! Machu Picchu arrepia a alma e Deserto do Atacama um convite a aventura…jamais pensem em pular algum desses! rs
5. Levei mochila de 77L e 18 kg de bagagem. Um erro girls! Verão que vaidade não é tudo nessa trip, e o peso carregado não vale a pena!
6. Nosso roteiro foi de baixo para cima para que pudessemos aos poucos nos acostumar com a crescente da altitude, isso foi muito bom, recomendo que façam o mesmo!

Florianópolis – o segundo Reveillon dos sonhos

24 de fevereiro de 2012 § 1 comentário

Dezembro de 2011.

TCC apresentado no dia 05/12 e finalmente estava livre! Um dos meses mais prazerosos e com certeza o mais tranquilo do ano!

E nada povoava mais meus pensamentos depois de entregue esta monografia do que as aventuras que estava prestes a viver, e com isto me refiro não só ao Mochilão que aconteceria em janeiro como à linda semana de Reveillon (e meu aniversário) que passei em Florianópolis. Meu segundo Reveillon dos sonhos!

Não era minha intenção inventar gastos extras antes do Mochilão, mas a ideia de passar pela primeira vez meu aniversário com meus amigos mochileiros e numa cidade linda que ainda não conhecia foi irresistível! Depois do mochilão preparado, passagens compradas (ônibus ida e volta de São Paulo – alta temporada: R$195) e 4 meses de parcelas da casa pagas (conseguimos 2 casas na Praia dos Ingleses para 15 pessoas por R$395 cada por 7 dias) partimos então na noite de 26 de desembro para a Ilha!

Ótima chegada a ilha de Floripa pela Ponte Hercílio Luz, que já nos deu um lindo e ensolarado visual da cidade por ali!

Mal chegamos e já fomos desfrutar  da Praia dos Ingleses, que ficava a pouco mais que 2 quarteirões da casa que alugamos. Mar de temperatura agradável e calmo. Após uma curta caminhada encontramos um lindo conjunto de rochas na praia, um ótimo lugar para se escalar (com muito cuidado, claro) e observar ainda melhor o mar!
Nesta mesma praia ainda desfrutaríamos um gostoso luau na noite seguinte e uma das experiências mais divertidas da minha vida…uma sessão de “todos vestidos (e embriagados) ao mar revolto em meio a chuva (muitaaa chuva)” rs! Isso foi na tarde do meu aniversário (31/12), experiência louca e divertidíssima!

Outro lugar que deve ser ponto de visita indispensável em Floripa é a Lagoa da Conceição. Além de ser mais um dos milhares de lugares com lindo visual em Floripa , a Lagoa é cheia de bares, baladas e ótimos restaurantes. Aliás foi lá que comi pela primeira vez a famosa “Sequência de Camarão” na Ilha, e aos que assim como eu não sabem (no meu caso não sabia) do que se trata isso, eu explico: muitaaaa comida! É uma sequência de camarões servidos de todas as formas possíveis e imagináveis, acompanhado de arroz, pirão, batata frita e salada. Sim senhores, muita comida, daquele tipo que dividimos com nosso querido amigo viajante e assim o valor também se torna tão bom quanto o prato! rs. No restaurante mais em conta da Lagoa a sequência para 3 pessoas sai por R$55. O prato – ou pratos – são uma delícia, mas recomendo trocar o ‘camarão ao bafo’ por qualquer outra coisa, esse vem sem nada especial e é meio sem graça!
Para não falarem que exagerei, segue aí a foto do nosso grupinho pecando na gula!

Você pode ainda observar a Lagoa pelo Mirante, passear de barco e também se banhar nela.

O Costão do Santinho é um lugar surpreendente! Une desde condomínios chiquérrimos a regiões mais simples e uma incrível escadaria na costa do mar, que dá acesso também a trilhas pela mata. Um bom lugar para relaxar e passar horas observando aquela vista indescritível!

Mas talvez nada seja tão famoso (e divertido) em Floripa do que as lindas Praia e Dunas da Joaquina. A caminho do local você já cruza com as Dunas e por R$20/hora de aluguel da prancha você e mais um amigo podem engolir muita areia em descidas pouco ou muitooo radicais (ao gosto do freguês rs). A praia é bastante movimentada e cheia de barzinhos, com certeza uma das mais lindas e agradáveis que já conheci!

Ainda assim, para mim, nada nessa viagem se comparou a Ilha do Campeche. Águas claríssimas, calmas e de temperatura agradável, cercada por um visual incrível, opções de trilha e mergulho – prática que tive o prazer de estrear lá – e um agradável bar à beira mar.
Para chegar a esta “ilha dentro da ilha” você pode pegar barcos ou botes que partem da Praia do Campeche ou da Praia da Armação, das quais aconselho a segunda por fazer a travessia pela metade do preço. Partindo da Praia do Campeche você paga R$60 pela ida e volta de bote, e partindo da Praia da Armação você paga R$35 pela ida e volta (com permanência de 5 horas) de barco.

E pra terminar esse “tour” pela famosa “Ilha da Magia” fecho meus dias com o divertido (e chuvoso) Reveillon na movimentada Avenida Beiramar…

…e visita a Praia Mole: linda, jovem e bastante movimentada, esta praia talvez seja a que reúne o maior número de turistas estrangeiros da região. Linda vista, com mar ótimo para prática de surf, nesta eu me limitei a observação e degustação de petiscos e cerveja nos bares que a cercam, agradabilíssimos também!

De todas as dicas uma que não poderia faltar aqui é: alugue ou vá de carro! Todos esses paraísos perdidos da cidade ficam bastante distante um do outro e em muitos períodos (como no Reveillon, no meu caso) a cidade fica intransitável e os ônibus escassos e só mesmo a possibilidade de desvio e fácil deslocamento do carro pode te possibilitar visitar todas esses points!
Recomendo muito a visita a essa cidade que ao mesmo tempo em que nos surpreende pela tranquilidade de cidade de interior, fascina pelo agito noturno em determinados bairros – e aqui não posso deixar de citar os também jovens e animados bairros de Caieiras e Jurerê – paisagens absurdamente lindas, muita gente bonita e ótima receptividade!
Ah, quem não sente saudade de Floripa depois de conhecê-la!

Paraísos de Pernambuco

20 de dezembro de 2011 § Deixe um comentário

O gosto pela viagem sempre esteve presente, só faltavam as oportunidades certas nos momentos certos…e foi assim que conheci também Pernambuco!

Um amigo que havia reencontrado há alguns meses e já me havia feito uma série de convites irresistíveis que antes não pude aceitar, me convidou para passar um final de semana em Tamandaré (PE). Meu salário de estagiária não permitiria uma viagem desse tipo e muito menos em alta temporada, e foi aí que o cargo em empresa aérea do meu amigo e seu lindo desconto nas passagens fizeram toda diferença! Claro que não pensei duas vezes para aceitar!

Partimos então no dia 17 de fevereiro de 2011, pré-carnaval.
E lá fomos eu e Gabriel rumo a Recife (PE) pela madrugada. E não poderia omitir o mico que paguei logo que embarcamos…na busca de um lugar que ficasse na janelinha escolhi justo a poltrona da saída de emergência e então lá veio o comissário me perguntar se me sentia apta a reagir no caso de uma emergência, e por impulso soltei um assustado “Não!”…Eu? a pessoa que tem medo de avião e odiou o fato de fazer escala na ida e na volta dessa viagem? Ah sim, claro…claro que troquei de poltrona na mesma hora! rs

Chegamos em Recife as 5h do dia 18/02 e fomos recebidos por um casal de amigos do Gabriel que vive lá. Foram super gentis durante todo o dia que passamos lá. E dormir pra quê? Deixamos nossas coisas no apartamento em Recife e em seguida partimos para Porto de Galinhas (PE). A intenção era pegar o jipe para Maragogi (AL) para fazer mergulho, mas nosso ônibus atrasou, perdemos o jipe e decidimos passar o dia naquele paraíso mesmo, e não há como chamar de outra forma, Porto de Galinhas tem a melhor praia que já fui na vida. Pouca profundidade, água com temperatura amena e claríssima, um sonho!

Almoçamos frutos do mar por lá mesmo e em seguida, a tarde, voltamos para Recife. Claro que fiz o Gabriel descer antes só pra passar ao lado do Rio Capibaribe que sonhava em conhecer depois de assistir aos filmes de Claudio Assis.

Chegamos em casa no fim da tarde. Pra descansar? Claro que não! Tomamos banho, nos trocamos e de lá já nos despedimos do casal de amigos, pois outros amigos paulistas já haviam chego e nos esperavam para ir a Olinda (PE). Nos encontramos então numa praça de Recife e lá partimos para a linda e animada Olinda, onde ainda vimos ao longe um bloco de pré-carnaval que descia as ladeiras, e, subindo algumas delas, chegamos a um grupo de maracatu que ensaiava por ali. Não preciso nem dizer que esse meu primeiro dia em Pernambuco foi um dos melhores dias do meu ano, né?!

Buscamos mais um casal de amigos no aeroporto de Recife de madrugada e de lá ainda emendamos siri e cerveja num barzinho de Recife. Ok, depois fomos dormir rs, quase 3h, mas fomos dormir.

Acordamos logo cedo no outro dia e então já partimos para Tamandaré (PE) que faz divisa com Alagoas.

Cidade litorânea, com praias desertas e piscinas naturais. Éramos, enfim, 13 pessoas numa mesma casa por 2 dias, uma delícia. Não conhecia ninguém além do Gabriel, mas eu e meu dom de muito falar logo deram conta de me aproximar de todos, pessoas divertidíssimas. Manhã de praia, tarde de praia (ou de rede) e noite de bares a beira mar. Chatooo rs! Não tenho grandes “points” a indicar para visita se não talvez a famosa Praia dos Carneiros, mas tudo lá é muito gostoso e incrível, de verdade. Todo litoral é lindo, limpo e pouco frequentado. Quer paz, beleza e algumas das melhores praias do Brasil (das que já vi) ?! Vá a Pernambuco, um cantinho nordestino feito de paraísos naturais, mas que ainda reserva todo agito da capital Recife e sua famosa vizinha, Olinda!

Uma experiência carioca (com tempero pernambucano) de cinema

19 de dezembro de 2011 § Deixe um comentário

E quando penso que meu fim de 2010 já está suficientemente especial, descubro uma semana depois do retorno de Salvador, que fui selecionada para fazer o Workshop de Direção de Cinema com Claudio Assis, pelo Festival Curta Cinema do Rio de Janeiro. E lá fui eu de volta ao Rio…e pela primeira vez sozinha!

Os gastos do fim do ano já haviam passado um pouco do meu limite, então, ao mesmo tempo em que fiquei feliz com a seleção me desanimei ao pensar que não conseguiria ir. Porém, aos 45 do segundo tempo, exatamente às 22h do dia anterior ao Workshop (que começaria as 14h) meus pais decidem me pagar a viagem! E lá fui eu correndo para casa fazer as malas, ligar para os hostels para descobrir onde haviam vagas e partir, exatamente as 7h com passagem comprada na hora rs.

Meus amigos souberam que ficaria fora aqueles dias enquanto eu já estava a caminho do Rio de Janeiro.

E claro que não seria uma aventura completa se não houvesse um pouco de emoção né?! Pois é, meu ônibus quebrou no meio da estrada, as 9h. Demorou mais de uma hora para passar um próximo que pode nos trazer, mas ainda assim esse fazia paradas em várias cidade e só cheguei no Rio as 15h30. Eu e muitos outros passageiros fizemos reclamação no posto de atendimento da empresa de ônibus (Itapemirim), recebemos apenas o valor da diferença entre o ônibus que paguei (Executivo) e o que me trouxe (Convencional) e mais nada.

Peguei um táxi – e que delícia passear por essa cidade durante o dia, o ar que respiro parece outro – e fui correndo para o Oi Futuro Ipanema onde acontecia o workshop, mas já era tarde e eu havia perdido o primeiro dia.

O jeito foi buscar um hostel para ficar, e essa foi tarefa muito fácil. Estava próxima da Estação de Metrô General Osório e de lá bastou ir até a rua de trás (Rua Barão da Torre) e em 3 quarteirões já havia encontrado vários. Fiquei em um chamado ‘Girl From Ipanema’, um hostel que fica numa vila de hostels, e essa foi a parte boa…

Os mais atentos aos meus últimos posts sobre o Rio devem ter notado que faltou um passeio noturno indispensável aos visitantes da cidade maravilhosa, Lapa! Aí que entra a parte boa de estar na vila de hostels. Nos encontramos as 22h no corredor central da vila e lá conheci argentinos, alemães, australianos, americanos, canadenses, mexicanos, enfim, falamos tudo menos português rs! Fomos todos curtir a noite na Lapa e, nossa, foi incrível. Voltei as 3h30 com uma amiga que fiz no hostel, a isrraelense Orli (acho que se escreve assim). Super simpática e doidinha. Ela veio de Israel sem saber nenhuma palavra de português, e sozinha. Garota inspiração rs!

No dia seguinte acordei bem cedo e fui curtir a praia de Ipanema (que ficava a 3 quarteirões do hostel). A tarde fui ao workshop e ali sim veio a recompensa de todo estresse que havia passado no ônibus. Claudio Assis é um diretor incrível e a forma como fala do cinema nacional uma inspiração. Além do bate-papo que já foi super enrriquecedor, ainda fomos filmar – cenas polêmicas – na Praia de Ipanema. O melhor workshop que já fiz!

Voltei para o hostel, busquei minhas coisas, e como não tinha passagem de volta comprada fui dar uma volta pela praia antes de ir a rodoviária e voltar pra casa. Uma passagem relâmpago pelo Rio, mas tão boa quanto as outras estadias mais longas…mais que o tempo o que vale são as experiências!

O cinema Salvador!

19 de dezembro de 2011 § 2 Comentários

No segundo semestre de 2010 resolvi, pela primeira vez, inscrever alguns curtas-metragens que havia feito durante a faculdade em festivais. Em agosto de 2010 tive o prazer de ter dois deles (“Linhas” e “Roosevelt’s”) selecionados para a Mostra PUC-Rio de Curtas. Nos meses seguintes continuei inscrevendo-os, mas por mais otimista que fosse não imaginava que, no dia em que voltei do festival ‘Paraty em Foco’ entraria na internet e veria ali, quase como uma miragem, o nome desses mesmos curtas selecionados para o Festival Universitário de Cinema da Bahia, o que não significava apenas o reconhecimento do meu trabalho e imenso orgulho por serem dois, mas também minha ida a Salvador com todas as despesas pagas pela produção do festival a fim de participar de todo festival e ainda de 3 workshops com profissionais de cinema.

O primeiro semestre de 2010 não havia sido nada fácil para mim (pessoal e profissionalmente falando), mas voltar de uma semana dos sonhos em Paraty e no mesmo dia saber que em menos de um mês depois estaria realizando também o sonho de conhecer Salvador (e viajar pela primeria vez de avião) foi realmente uma recompensa incrível e o indício de que a partir dali muita coisa iria mudar…

Parti em 13 de outubro de 2010. Pouco sabia sobre quem iria encontrar, onde iria ficar ou o que iria acontecer. Me despedi nervosíssima do meu pai no aeroporto e lá fui eu a enfrentar meu maior medo e maior vontade (voar), e sozinha. Sentei na poltrona do corredor ao lado de duas mulheres super simpáticas com que fiz amizade, troquei telefone e quase reencontrei na cidade. Descrever a sensação de voar pela primeira vez? Liberdade, medo (ah, claro que dá rs) e sonho…como melhor definir a visão por cima das nuvens?

Cheguei em Salvador e fui recebida – eu e Armando, outro diretor selecionado que estava no mesmo vôo que eu mas só conheci no fim – pela querida produtora Joana. No caminho ela nos explicou mais ou menos sobre tudo que aconteceria nos próximos dias e ali já começava a cair a ficha de quão incrível era tudo aquilo. Sorte?

Ficamos hospedados em nada menos que Hotel Sol Victoria Marina. Um hotel no Corredor da Vitória com fundo para o mar e vista para a Baía de Todos os Santos, piscina e um teleférico que descia até um pier com restaurante e tobogãs, no mar. Devo ainda acrescentar que meu quarto tinha até banheira e que o café da manhã era um sonho e o pão delícia inesquecível ou já descrevi o suficiente? rs. Parece brincadeira, mas de fato chamar de agradável aquela estadia seria até pouco.

Os almoços e jantares aconteciam no restaurante do Instituto Goethe  e recomendo muito, são sempre comidas caseiras típicas da cidade, sem contar com o ambiente aberto com mesas ao ar livre, muito gostoso.

Na abertura do festival foi um prazer imenso assistir de perto meu trabalho na telona, e mais, assistir aos demais trabalhos e saber que o meu havia sido selecionado para competir com tantos filmes de alto nível, muito bem produzidos em todos os sentidos.

“Roosevelt’s” foi meu curta selecionado entre os finalistas da Mostra Competitiva do festival, e o responsável por me levar à Bahia e por todas as experiências que tive por lá:

Durante a semana visitamos a Unijorge, onde fizemos 3 dias de workshop de vídeo para celular, com Nacho Durán. Houve também uma gostosa tarde com bate-papo sobre Cinema de Baixo Orçamento com Ricardo Alves Jr. e nossa penúltima manhã com workshop sobre suportes de captação e novas formas de exibição com Priscila Brasil, realizado no desagradável pier do hotel rs.

Das atividades culturais e noturnas realizadas durante a semana destaco:

  • Groove Bar (uma das poucas coisas que esperava curtir na Bahia e amei…rock!);
  • passeio a praia da Barra;
  • visitas e shows no Pelourinho (multicolorido, multicultural);
  • os bares do Rio Vermelho (a “Lapa” baiana, animadíssima e de frente para o mar);
  • o Baile Esquema Novo (festa tradicional com discotecagem de música brasileira…bacanérrimo. Nesse dia viramos a noite e voltamos para hotel na hora do café da manhã rs)
  • visita ao Elevador Lacerda e Mercado Modelo;
  • e o incrível ensaio do Olodum (ao qual me meti a ir sozinha e acabou me apresentando uma nova amiga de Brasília, com que tenho contato até hoje).

Novos lugares, novos sabores, novas ideias e novos amigos, o saldo não poderia ter sido mais positivo. Se ver parte de um mundo que você sempre desejou e de repente acreditar que você pode realizar tudo aquilo que sonhar…sensação que ficou e nem dá pra explicar. Não ganhei nenhum prêmio no festival, de certa forma isso pareceria até pedir demais depois do presente que foi toda essa experiência e tamanha qualidade de todos os trabalhos ali apresentados. Eu tinha toda razão quando previ que as coisas a partir dali iriam mudar. Foi uma viagem grandiosa, um festival incrível e, não, não foi só isso.